quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Fita azul

Não há quem goste de gastronomia e nunca tenha ouvido falar em Cordon Bleu. A famosíssima e conceituada escola de culinária que formou Julia Child e tantos renomados chefs.

Cordon Bleu quer dizer Fita Azul. E tem sua origem na L'ordre des Chevaliers du Saint Espirit. Diz a lenda que este grupo de cavaleiros ficou conhecido por seus banquetes extravagantes e luxuosos chamados de Cordon Bleu, referência a fita azul de suas medalhas da Ordem do Espírito Santo que lhes era entregue como recompensa. Há quem diga que a história real é que estes cavaleiros das fitas azuis eram sinônimo de excelência e que este significado aos poucos foi se estendendo a outras áreas, como a culinária.

O que se sabe ao certo é que no começo do século XIX, a revista parisiense La Cusinière Cordon Bleu, oferecia lições especiais dos melhores chefs da França e em 1895 finalmente é aberta a primeira escola de culinária Le Cordon Bleu, que hoje espalha-se pelo mundo, inclusive Brasil.

Isso mesmo, a Cordon Bleu chegou ao Rio de Janeiro e as aulas começam já em fevereiro de 2012. Olha aí um bom motivo que me levaria a conhecer o Rio de Janeiro. Mas já que isto está longe de acontecer, vou voltar para minha cozinha.

Mais precisamente para o preparo do prato que leva o nome dos fitas azuis. Aquele frango recheado e empanado de origem francesa: o cordon bleu.

Já que carrega em seu nome tanta tradição, nada melhor do que seguir a receita de um francês. E foi justo quando Olivier Anquier fez um apetitoso cordon bleu em seu programa que senti essa irresistível vontade de me aventurar em seu preparo.

Comece usando seu melhor sotaque francês e mãos a obra.

Meio peito de frango desossado para cada porção. Abra o frango como se fosse fazer dois filés, mas não chegue até o fim, deixe as duas partes conectadas. Tempere então com sal e pimenta do reino. Meu toque de chef pediu raspinhas de limão e não hesitei em acrescentá-las à receita.

Com o frango aberto coloque sobre um dos lados uma fatia de presunto, outra de queijo (usei o minas que tinha mais à mão), algumas folhas de salsa (infelizmente não tinha manjericão em casa) e feche cobrindo com a outra parte do frango.

Fica parecendo mesmo um sanduíche de frango recheado com presunto e queijo e esta é mesmo a intenção.

No processador bati uma porção de amêndoas torradas e sem pele, com quatro fatias de pão de forma sem casca. Pão de forma sem torrar mesmo, acredite, ele bate até no liquidificador. Quando já estava em pedaços bem pequenos parei de bater.

Então passei o frango recheado na farinha de trigo, na sequência em um ovo batido com sal e para finalizar na farinha de rosca feita com o pão e as amêndoas. Assim mesmo, sem um palito, sem costurar, nada, coloque para fritar em uma frigideira com azeite em fogo bem baixo, 5 minutos de cada lado são mais do que suficientes e não, o recheio não foge.


Para acompanhar, continuei seguindo as sugestões do doce e estabanado Olivier e fiz o Confit Bayaldi.

Coloque duas cebolas pequenas picadas em uma forma e cubra com azeite, não economize. Sobre as cebolas disponha de forma ordenada 1 abobrinha em rodelas, 1 berinjela em rodelas e 2 tomates também em rodelas.

Temperinhos. Sal, shoyu, orégano, tomilho seco e mais um pouco de azeite. Leve ao forno até que os legumes estejam cozidos.


Como toda boa refeição francesa, harmonizamos com um bom vinho. Neste caso não francês.

Direto da vinícola sul-africana Nederburg, que possui mais de 200 anos de tradição, o Twenty 10 dry rose. Vinho produzido em edição limitada para as comemorações da Copa de 2010 na África do Sul. Possui certificação da FIFA e uma linda garrafa com a logomarga da Copa estampada além de selo holográfico que garante sua autenticidade.

É produzido inteiramente com uvas cabernet sauvignon e é descontraído e agradável com aroma fresco de frutas vermelhas recém lavadas. Acompanha bem carnes leves e legumes. Acertamos em cheio na harmonização.


Assim como acertamos ao escolher este cardápio. Os legumes ficam suaves e complementam bem o prato com suas cores e sabores. Já o cordon bleu fica suculento, crocante, o queijo bem derretido no melhor estilo puxa-puxa... de se comer de olhos fechados e com direito a biquinho para fazer: hummmmmm!

Muitas texturas e sabores que fazem este prato excelente, assim como a culinária francesa, a Cordon Bleu e o Olivier Anquier. Up!

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