terça-feira, 6 de março de 2012

A arte de fazer hambúrgueres

Como já disse outras vezes, a gastronomia segue quase tantas tendências quanto a moda. Algumas delas, chegam para ficar, como a calça jeans chegou um dia, enquanto outras são bastante efêmeras. No fim só o tempo é capaz de determinar o que permanece.

Esta é a maneira como vejo por exemplo os sorvetes de iogurte que espalharam-se pela cidade, uma verdadeira febre. Dentro em breve muitas dessas sorveterias irão fechar. Não, não estou desejando que isto aconteça, até porque gosto bastante do azedinho do iogurte. Mas aos poucos há uma seleção natural onde o ambiente, atendimento, qualidade e preço justo acabam escolhendo quais lugares irão sobreviver. Este também me parece ser o caso das hamburguerias.

Há uns anos, não existiam hamburguerias, eram lanchonetes e ponto. E não me refiro as grandes franquias de fast-food, mas às lanchonetes de rua, onde os lanches eram saborosos mesmo quando muito gordurosos. Feitos com hambúrguer próprio ou não, maionese caseira ou não, pães recém saídos do forno, ou não... nada disso parecia fazer diferença quando os ingredientes entravam em contato com a chapa. Foi então que chegaram as hamburguerias tomando conta do pedaço. Para amantes desta arte como eu, parecia ser um prato cheio, e bem gordo.

Todas produzem seu próprio hambúrguer e se vangloriam do respeito que mantém à arte da baixa gastronomia. Pois é, porém não saem-se muito bem neste propósito. Eu pelo menos me sinto lesada em muitas. Podem ser cheias de charme e graça, mas o que encontra-se por lá costuma ser lanches absurdamente caros, onde ingredientes de primeiríssima qualidade são desperdiçados no preparo de hambúrgueres sem tempero, batatas murchas e anéis de cebola oleosos... uma lástima que me faz pensar que algumas indicações por aí são apenas matérias compradas.

Principalmente aquelas que chegam a distribuir títulos de melhor batata, melhores anéis de cebola ou mesmo melhor hambúrguer da cidade para lugares que não chegam aos pés das lanchonetes de esquina (qualquer dia entro no mérito de porque essa história de Lanchonetes vs Hamburguerias é para mim um caso pessoal).

Enfim... meu amor por junk food não me deixa desistir de procurar bons lugares pelas ruas da cidade. Ainda bem que existem as felizes exceções, como por exemplo os clássicos A Chapa e o Chico Hambúrguer. Ambos com mais de 40 anos de tradição, bem antes de hamburgueria estar na moda. Lugares onde vale a pena entupir todas as veias sem culpa, com lanches feitos com excelência e cheios de sabor. Assim como a mais recente descoberta que irei falar neste post: a Hamburgueria Sujinho.

quadro do salão da hamburgueria sujinho

Para quem não conhece, o Sujinho é um restaurante tradicional de São Paulo, famoso por sua bisteca e bastante reconhecido por servir as carnes no ponto ideal, extremamente macias e suculentas...

Sendo mestres no preparo dos mais diversos cortes, hambúrgueres não seriam exatamente um desafio. A hamburgueria foi aberta em 2009 e o único defeito que encontrei é o mesmo do restaurante: não aceitam cartões. Nenhum deles. Portanto prepare-se, vá com dinheiro ou cheque.

os lanches levam os nomes das ruas próximas a consolação, esse é o mathias

Prepare também seu paladar para a grande explosão de sabor corretamente sugerida pelo site de lá. Hambúrgueres de vários tamanhos de acordo com o potencial de cada cliente (80g, 160g ou 250g), opções lights, no prato e o principal: hambúrguer com gosto de churrasco de verdade, suculento e temperado na medida. Isso sem falar da maionese caseira com alho e ervas...

sergipe no prato

Melhor ainda? Preço mais justo do que a média das hamburguerias de São Paulo.

E eu já falei das batatinhas? Crocantes e sequinhas, daquelas que se tem vontade de comer compulsivamente.

batatas portuguesas com certeza

O ambiente é também cheio de charme e graça, com bancos confortáveis que dão vontade de ficar por ali durante horas batendo um bom papo, mas fica nítido para mim que o foco deles são os hambúrgueres. O respeito que a baixa gastronomia merece e sem enganar o cliente. Qualquer indicação à hamburgueria do Sujinho é mais do que merecida. Simplesmente um lugar que já nasceu para ser um clássico!

7 comentários:

  1. Nossa, fiquei com água na boca Renata. Vou ter que ir lá. Tb amo hamburguer e minha paixão vem dos carrinhos de lanches lá de Cambuí, de onde venho. E fico indignada com essas carnes absolutamente sem tempero que vendem por aí por preço de restaurante francês, um abuso por nada. Valeu a dica, se fosse possível iria lá agora mesmo! Bjos.

    Nivia.

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    1. Olá Nivia,
      carrinhos de lanche tbm são td de bom...
      gostei muito de lá de verdade, espero q vá e que goste tanto qto eu.
      depois me conta suas impressões ;)

      bj

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  2. Nooossa! mais de 5 da matina e eu tb fiquei com água da boca, mais pela excepcional descrição da dona Renatiiiinha, e confesso que pelas batatinhas!
    Já fui ao Sujinho, mas há anos! Não lembrava dessa de não aceitar cartão... olha só! Devem pregar sustos aos clientes desavisados, hein?! Que não entram no site, enfim... problema deles e dos mesmos. kkk
    Agora, Rê, vc já comeu no Hamburguinho? Tenho vontade. Que eu saiba o original é o daqui da Rua dos Pinheiros, mas vi que abriu em vários lugares já, como na Mourato Coelho, Itaim Bibi (perto do Eu, Tu, Eles) e mais algum lugar...
    Tenho vontade de te trazer aqui no Twin Burguer, pq tem um lanche que vc pede com aquela maionese verde, caseira... acho mto gostoso!
    Nem é caaaro, não, mas não estou em fase de bonança$$$
    Quem sabe em breve...
    Bjs

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    1. água na boca fiquei eu escrevendo o texto e lembrando de lá... kkkk
      opa... adoro indicações, qdo quiser ir em um desses só chamar
      bj

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  3. Texto sensacional!!!

    Realmente o que mais me impressionou foi o hamburguer com gosto de churrasco.

    Hilário - batatas portuguesas com certeza = )

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